sábado, 11 de agosto de 2012

Delirio

                                                                                                                  foto de Andre Kertesz




Como ser tamanha quimera
se nem sei como que fui o que fui
se afasta de mim ser aqui na vera
o que foi de mim que não flui

E assim parte a ser tal assombro
da divisão dos caminhos seguidos
não resta de mim só escombros
não deixa tantos anseios assim perdidos

porque não anseia o que não se vela
pois este é o sinal de todo o desejo
senão como querer o que não se observa
e se não o vejo, como então o cortejo

Assim delineia-se uma conclusão
pode ser que eu não seja o que imaginei
talvez melhor ou pior conforme a ocasião
mas ainda resta o porvir do que eu não sei

e este eu o quero que venha de nada eu sabendo
para que seja o que reaja com autenticidade
assim se aflorará o que há de mim de verdade
se for o que sonho assim não mais sonharei eu o sendo




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