Eu sou o Marcos Vasconcellos. Aqui eu escrevo o que me der na telha, o que me vem na hora de dormir, quando estou num onibus, ou no meio de um papo chato!
quarta-feira, 19 de maio de 2010
o que tanto admira?
foto do Himalaya- Cachemira
o que tanto admira
que de teu poço escuro
ascende
e de si retira
o que há de vão e impuro
e faz ser o que inexiste ou imaturo
a certeza de acerto
um paraíso acima de cachemira?
pode o mar bramir
que não te importa
porque estás além da fúria
e do que possa existir
seja espanto ou injúria?
será verdade que possa ir
até esse estar perfeito
sem temor ou sem negruras?
foto de Dod Ojin Ming
se o insano
de nós o real aparta
ou a felicidade pra mim insegura
também deste mundo nos descarta
será melhor viver nas alturas
enquanto aqui a aflição se farta?
ou será melhor colocar asas na bravura
e seguir reto até o que nos afronta
e ver quem de si pode tomar conta?
foto de Parke Harrison
ah! isso também é o que admiras?
tantas reviravoltas à imaginar
imaginar
imaginar
e o que está logo à frente
o que nunca vira
é a prova de que ser
o que possa realizar
é o que procura
se deixa de ser mentira
se ali se materializar
foto de Doisneau
então, tudo surge
e aí está a maravilha
até onde se possa pensar
tirar de si
para haver nessa beleza
o que nunca existira
as montanhas mais altas
e o que nem se pudera pensar
ou nunca vira
foto do Himalaya
pois, de si, criara o seu mundo
sem pensar no que lhe espanta
aceitando o que lhe vem como fonte clara
que só existe porque o vê por dentro, em seu mais profundo
que ali está e sempre existiu como o inexplicável
que sem palavras se entende
como o além que trazemos por dentro
que nos surge quando sabemos
que nós o trazemos sempre
para que surja quando percebemos
que desde sempre estivemos juntos
porque o que se inventa somos nós mesmos
ali luzindo como um milagre que se cumprira
porque é dali que construimos
o que fomos
o que somos
o que seremos
e todo nosso mundo
Picasso e Braque- pintura de Mark Tansey
Perceber é sentir?
foto de Dobrowner
não há rigor
que agora mude
a concretude do sentir
que há tempos me ilude
pode o porvir da gente ser percebido
por quem o mundo imagina à sua frente?
digo que não imagino
mas que percebo
e se, então, percebo o sentir
o que me destina? o existir?
foto de André Kértezs
a vida é o firmamento
em que o que vem mora
se há o azul e calor, há sol
se nuvens espumam essa aurora
pode chover onde estou
mas o destino é a nossa história
esse céu que muda, já me enganou
mas não é isento, por ora
pois, o que sentimos o transforma
como o que se imagina do lado de fora
por isso, se sentir
que percebo formar-se, à distância, claridade
entendo que se faça a luz mais cedo
talvez isto já seja uma oportunidade
de saber que o dia não se demora
e saber que, graças
viver já é uma vitória
foto de Parke Harrison
não há rigor
que agora mude
a concretude do sentir
que há tempos me ilude
pode o porvir da gente ser percebido
por quem o mundo imagina à sua frente?
digo que não imagino
mas que percebo
e se, então, percebo o sentir
o que me destina? o existir?
foto de André Kértezs
a vida é o firmamento
em que o que vem mora
se há o azul e calor, há sol
se nuvens espumam essa aurora
pode chover onde estou
mas o destino é a nossa história
esse céu que muda, já me enganou
mas não é isento, por ora
pois, o que sentimos o transforma
como o que se imagina do lado de fora
por isso, se sentir
que percebo formar-se, à distância, claridade
entendo que se faça a luz mais cedo
talvez isto já seja uma oportunidade
de saber que o dia não se demora
e saber que, graças
viver já é uma vitória
foto de Parke Harrison
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