Algumas coisas são como são.
Os carros não param nas avenidas,
tanta gente anda nas ruas,
nascem, vivem e morrem.
Madalena seca as mãos no avental, olha o vazio, pensa.
E eu nem sei porque eu falei nessa Madalena!
Quem seria Madalena?
Quem seria eu?
Serei eu como sou eu?
O tempo passa e de que serve tudo isso? É como é! Não serve, apenas é!
Outros caminhos não são, são apenas passagem. Mudam, transformam,
vivem a metamorfose do seu des-ser.
Mas, e o que pensei antes? As coisas são como são - é verdade.
É como é?
Ou é como será? Ou já será como foi?
Como se tudo fosse um único sendo? Sim, uma verdade.
Eu estou sendo a mim.
Não há como não ser senão à mim, em sendo eu.
Eu fui, eu sou, eu serei como tive ou terei de ser.
Tudo isso já existe em mim dentro desse movimento - o tempo essa dimensão de ser fluxo.
Assim como esta tal da Madalena, que nunca vi.
Sujou e depois lava as mãos e as guarda no bolso do avental.
Eu também lavo as minhas, pois se também as sujo.
Tudo será perdão, pois muda, flui.
Tudo será o que sempre foi - transição, mudança,
o não ser, que já sendo, é o que será, o que já existe desde o ínicio.
E o tempo é assim - é como é -não existe mais, passa.
Somos tudo isso.
Já passou.
Nada, tudo, como antes.
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