quarta-feira, 17 de março de 2010

Transições


Algumas coisas são como são.


Os carros não param nas avenidas,


tanta gente anda nas ruas,


nascem, vivem e morrem.


Madalena seca as mãos no avental, olha o vazio, pensa.


E eu nem sei porque eu falei nessa Madalena!


Quem seria Madalena?


Quem seria eu?


Serei eu como sou eu?


O tempo passa e de que serve tudo isso? É como é! Não serve, apenas é!


Outros caminhos não são, são apenas passagem. Mudam, transformam,


vivem a metamorfose do seu des-ser.


Mas, e o que pensei antes? As coisas são como são - é verdade.


É como é?


Ou é como será? Ou já será como foi?


Como se tudo fosse um único sendo? Sim, uma verdade.


Eu estou sendo a mim.


Não há como não ser senão à mim, em sendo eu.


Eu fui, eu sou, eu serei como tive ou terei de ser.


Tudo isso já existe em mim dentro desse movimento - o tempo essa dimensão de ser fluxo.


Assim como esta tal da Madalena, que nunca vi.


Sujou e depois lava as mãos e as guarda no bolso do avental.


Eu também lavo as minhas, pois se também as sujo.


Tudo será perdão, pois muda, flui.


Tudo será o que sempre foi - transição, mudança,


o não ser, que já sendo, é o que será, o que já existe desde o ínicio.


E o tempo é assim - é como é -não existe mais, passa.


Somos tudo isso.


Já passou.


Nada, tudo, como antes.

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