quarta-feira, 17 de março de 2010

O carrossel


O medo de se perder alguém é a condição que demarca os limites da tolerância do sofrer pela realidade do sentimento, que surge por não se encontrar a possibilidade da reciprocidade do outro, ou mesmo da sua própria ausência


e que o mundo gira como uma nuvem que pode estar em fúria, ou apenas a levitar, suspirar, fazer levantar de leve um lenço.


É quando a capacidade de se firmar ao solo, que são as únicas chances de sobrevivência que você tem, parece que voa, zunindo com a velocidade de um trem e ...adeus!

É tão espantoso saber que outro ser é tão parte do seu corpo, como as partículas que giram para formar toda matéria que o seu próprio ser tem


como seu existir luminoso e circular, que tudo e toda matéria em si contém, formasse o seu ser com algo do outro ser também.


Tudo como vento de um redemoinho a girar infinitamente para fazer de fumaça, da matéria, você ser alguém novo, com o outro.

A rodar se faz um parque de diversões, onde se pensa participar do impensável, do infinito, enfim vive-se.

Mas, se é você mesmo que faz seus redemoinhos, o que se espera é que não conseguirá controlar os giros, as rotações, e fará os seus monstros de voltas velozes que desfazem o que houver à sua volta, que fazem de tudo ninguém

E o outro se vai, rodopia, flui.

Isso forma seu limite, como o de tolerar que o vento dobre a esquina, leve seu cheiro, seu toque, seu carinho, enquanto você espera que o sinal se abra e demarque o seu domínios, suas posses, até onde é possível participar dessa rota em comum


Sabendo que ali, se o carrossel do destino parou, perderá todas as voltas, o parque se fecha e os portões são trancados.


E mostrar o bilhete não mais adianta, porque o carrossel evaporou e levou a música e sua felicidade com seus cavalinhos a girar no além

Amor é a vitória sobre a lei da sobrevivência.

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