quarta-feira, 17 de março de 2010

Absurdos


Talvez eu tenha que ficar aqui para saber


o quanto faço parte do absurdo diante do que vejo,


embora seja esta a minha Terra e não Marte.


O que estranho aqui neste planeta ou outro qualquer,


por aí ou por lá,


no País das Maravilhas ou ali na rua,


é que tudo me espanta.


Talvez seja necessário saber




o barulho dos carros disparados




o alvoroço das aves na praça




o berro do feirante à cada um que passa




os seriados na tv




e o nada que é ser




sem estar diante de um absurdo




sem pensar porque a cabeça faz zum...




E as horas passam




e o tempo se esvai




as ruas lotam




os passantes se vão




as bocas falam




os dedos apontam




os gestos se perdem




os olhos se fixam em lugar algum. Penso.



Tenho-me estranho


porque não acredito no que vejo


Sei que o tempo está contado


e ainda não fiz o que esperava.


A surpresa sempre existe,


talvez próxima,


talvez ainda a chegar.


O certo é o lugar nenhum,


mas o impossível


é o caminho do meu ensejo.

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