O real faz-se de vasta e viva ilusão, movida por vontade vertiginosa.
Miragem de clarão e ardor , o corpo da verdade - imensa e astuta
nebulosa.
Imaginemos então, se possível, a doida extensão de um espaço sem
limites de dia impalpável e acesa luz - à noite, concretude
maravilhosa.
Ali se faz tudo que há e o que mais já não há, como uma usina
de faz tudo do invisível - ópera miraculosa.
A lógica dos dados traça o caos - o jogo da natureza
é o nome da rosa.
Vence o que pensa que existe e não é tudo - o que não era, mas pode
ser agora a pura realidade, curva e enganosa.
O impossível se faz plausível e o impensável de uma crível fatuidade
goza.
Sem fim é o número de probabilidades, fazem as leis da ordem da
existência e o vivo que surge agora , a dimensão da majestade
apossa.
Tudo que imaginam é energia e vida e isso ao contrário não é tudo,
nem com boa vontade.
O poeta que é um sábio por entender de imensidão
e, às vezes, joga dados e outras vezes não
diz que comparado ao amor que o fêz e a chama que nele arde
que tudo isso é muito, muito mais além
não é nem mesmo o M com que se escreve metade
ou os dois zeros com que se fazem o cem.
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