quinta-feira, 4 de março de 2010


A maripôsa
posa
na Lua
como o profundo que emerge
na mente que flutua
ao mistério do céu oriundo
exposto latifúndio
à criatura voadora

O desejo
é a luz que voa
pelo mundo
ao redor do ardor
sincero
que destoa
do triste entorno
que ele inunda
invadindo o universo
em um segundo
como uma frestinha de nada
à toa

Mas, a mente
que recusa que exista na vida
um simples acidente
nem entende
a maripôsa
louca intermediadora
que pousa na Lua
atraída pela luz ardente
algo que com certeza almeja
adora

e o desejo
entremeia então
de sem querer também ser
chama e luz
como o que se queria
nunca antes
mas, precisamente agora
sendo aqui
o que já se precisa
o propósito
o que se necessita
o amor sem explicação
como uma arte
a razão de que não se deixa ir embora
sem satisfazer seu anseio
que por dentro a enlouquece
implora


Chegará a pousar
com suas forças mesmo na Lua?
ou a lunática de asas ainda se demora?
Será só uma explicável atração
ou o desejo que se assenhora?
ou ainda pode ser que ela se confunda
e seja um holofote
de um poste de luz
da rua em que ela mora?

Nunca saberemos
se morre no intento
se é mesmo a Lua
a ameaçadora ardência
dessa luz ao relento
Mas, talvez
só imaginação sua
o instinto que a explora
ou se mesmo são as suas asas
aquelas sombras
que a noturna e vaidosa Selene
ostenta e se arvora
pra nós
e pra toda noite
pra todo olhar
do nosso universo
afora.

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