segunda-feira, 15 de março de 2010

metamorfética


Matei outro dia
uma barata a comer farelo
me culpei como podia
seria Kafka embaixo do chinelo?

A vida tudo me confunde
como me confunde pensar
no que ainda não pensei achar
até uma poça penso que me inunde
morro de sede olhando o mar

não há certezas, na verdade
na lida que travo todo dia
tudo que acho que é certo é a metade
de um engano mais metade que eu não sabia

Então é por isso que não sou culpado
dessa metamorfose entre o certo e o errado
Talvez Kafka vivesse nessa barata
enquanto ela pensasse ter finado
só por não ter umas pratas
no banco até hoje depositado.

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