quinta-feira, 11 de março de 2010




















Lento, lento tudo que passa
e, no entanto, à mim
é como um foguete rugindo
como é relativa a percepção, frágil sentido
a noite tão calada
e o dia
a balbúrdia de uma criança que nasce.

Mas, à noite, a cabeça fica zunindo
mesmo parada
e mesmo sendo
que tudo fosse o que fosse
viro a folha, luto mais
me animo.

Mesmo que o sentir
não estivesse mais se cumprindo
É dia. O porteiro varre,
a multidão acorda, continua,
os políticos falam de suas idéias
em que não se acredita,
o homem é falho, a ética finita
o povo passa, tudo se mexe, pulsa
é frenesi,tudo irrita

Quem não é louco?
Quem não é biruta?
é tudo a mesma coisa de sempre
nada de novo!
O tempo é um nada
que percebemos devagar
não existindo

E lentamente
tudo se vai, escoa, vaza.
Cada qual em seu tempo,
areia caindo

Mas, uma mosca
surge por acaso
bordando o ar, e passa
o telefone toca
é uma nova chance
de se saber de quem se ama,
é uma chance de ter alguém
te ouvindo

O tempo é contado
O tempo se esgota
O tempo é infindo

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