Eu sou o Marcos Vasconcellos. Aqui eu escrevo o que me der na telha, o que me vem na hora de dormir, quando estou num onibus, ou no meio de um papo chato!
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Díonisio devorado
ver-te
desfigurado pela memória
com toda a nossa vida
nosso mundo
nossa invenção
nossa história
no limite linear
do passado
em frente ao abismo
nebuloso
de você
dionísio devorado
me desintegra
me constrange
me rouba o chão
mesmo que eu soubesse
que já não existindo
existes em mim
e ainda o amoroso
em mim, por ti despertado
semente pequena e irrisória
de uma antes árvore imensa
que se fez lenha
agora será semeada
fértil pouso e amanhã
e que nascerá do nada
que nascerá de novo
que nascerá pra sempre
verde até a madura vitória
e a colheita farta
que compensará
o que se foi
o que ficou de fora
o que feriu ou magoou
sinto
que nada é inútil
nem mesmo o triste
ou o passado inglorioso
ou os limites em dor
ou o que se sabe
e não queria
no entanto
quando eu me pergunto
se me lembro do que não devia
agora que me rio de tudo
quando me surge ainda a mesma questão
pra quê?
porque?
silencio
descubro toda verdade
Eu desamo você!
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